PARLAMENT ALGARVE

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Assembleia

…No Reino do Algarve…

 
«Uma ferida é sempre uma ferida, quer se produza na madeira, na carne de um ser humano, ou na vida afectiva.»

Juan Eduardo Cirlot

Naquele tempo:

«Depois de o Rei de Leão e Castela conquistar Sevilha em Novembro 1248, fez com que D. Afonso III tomasse a decisão de lançar a última ofensiva a sul. Ambos os Reis, de Espanha e Portugal cobiçavam estas terras ricas do Al-Gharb. Na primavera de 1249 chegam as tropas portuguesas à cidade costeira de Santa Maria de Faro. Não houve ataques, nem invasões sangrentas. D. Afonso III fez apenas um acordo com os mouros estabelecendo o seguinte: deu-lhes as mesmas leis em todos os assuntos, podiam ficar com as suas casas e seus patrimónios e o Rei prometeu, defende-los e ajuda-los contra outros povos invasores. Os que quisessem ir embora poderiam ir livremente e levar seus bens. Os cavaleiros mouros que permanecessem tornar-se-iam seus vassalos, e respondiam quando fossem chamados, e o Rei devia trata-los com honra e misericórdia. Foi desta forma que D. Afonso de Portugal e do Algarve “atacou” Faro. No final de 1250, os últimos bastiões muçulmanos, em Porches, Loulé e Aljezur rendem-se e aceitam a aliança portuguesa (não é por nada que ainda hoje existe nos brasões das cidades algarvias um rei cristão (D. Afonso III) e um muçulmano). Os autores e historiadores contemporâneos portugueses desvalorizaram sempre os registos da verdadeira reconquista, fazendo com que a história ficasse marcada por uma brava e vitoriosa conquista portuguesa, por mouros que fugiram, e banhos de sangue (uma história pouco verdadeira). Os Reis espanhóis consideravam que o Reino do Algarve lhes pertencia por o Rei do Al-Gharb, Musa ibn Mohammad ibn Nassir ibn Mahfuz, Amir de Nieba, ter feito vassalagem ao Rei D. Afonso X de Castela. D. Afonso III casou-se com a filha do Rei de Espanha Dona Beatriz de Castela em 1253 com a intenção de criar um laço de aliança (mesmo casado com Dona Matilde de Bolonha). Só em 1267, com o Tratado de Badajoz D. Afonso X de Leão e Castela concede ao Rei de Portugal o Reino do Algarve, fazendo de seu neto D. Dinis o herdeiro do Trono do Algarve.

Muito se fala dos Descobrimentos portugueses, o que não se fala é o quanto o Algarve contribui-o para isso acontecer. O que é que os portugueses sabiam sobre navegação? Na verdade não sabiam praticamente nada, (tinham umas galés, que eram barcos de origem greco-romana, movidos a remos). A caravela portuguesa que deixa o povo muito orgulhoso é uma imitação dos barcos árabes que existiam no Algarve (barcos esses que têm o nome de caravela latina). A caravela redonda (caravela portuguesa) foi um aperfeiçoamento da caravela latina. Os instrumentos náuticos também foram influências e invenções dos árabes, como por exemplo o tão conhecido Astrolábio.

D. Dinis em 1293 criou uma bolsa dos mercados com interesse pelas exportações. Vinho e frutos secos do Reino do Algarve eram vendidos a certos países como Inglaterra, e foi assim que começou a desenvolver-se a ideia para os descobrimentos.
Em 1415 os infantes de Portugal invadem a cidade de Ceuta com a mesma visão da “reconquista”, mas com mais motivos. As conquistas no norte de África fez com que o Reino do Algarve, passasse a ser chamado, a partir de 1471 como Reino dos Algarves, e o primeiro rei a o usar o título foi o Rei D. Afonso V de Portugal e dos Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África. Não é que existisse dois Algarves, mas apenas um, com dois territórios (o de cá, e o de lá do mar). O que existia na verdade era apenas uma expansão do Reino do Algarve para além do mar, já que o Reino de Portugal acabava no Alentejo.
Começa então em 1415 com a conquista de Ceuta a Era dos “descobrimentos portugueses”. A ilha do Porto Santo é descoberta em 1418, e a ilha da Madeira em 1419 por João Gonçalves Zarco. Na descoberta do arquipélago dos Açores, dá-se bastante relevo a Gonçalo Velho Cabral com os ilhéus das Formigas em 1431. Não tanto relevo tem Diogo de Silves pela descoberta dos Açores em 1427 (4 anos antes de Gonçalo Velho), talvez por ser algarvio. Na verdade antes destas descobertas já os algarvios iam até à ilha da Madeira à pesca, e os mouros também já teriam conhecimento destes dois arquipélagos.

Recuando um pouco atrás, em 1319, o Papa João XXII a pedido de D. Dinis, cria uma ordem religiosa e militar, a chamada Ordem de Cristo. D. Dinis o Rei legítimo do Reino do Algarve concede o Castelo de Castro Marim para sede da Ordem. Passados cem anos, em 1419 D. João I faz do seu filho Infante D. Henrique Governador do Reino do Algarve, e em 1420 torna-se Grão-mestre da Ordem de Cristo.»

(excerto de texto retirado do post original no desorganizações.blogspot.com que é um pequeno ensaio sobre a identidade e história desconhecida do Reino do Algarve)
Marco António, bloguer algarvio




Artista marcial

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